Ok. Vamos nos aprimorar. Situar.
Estou um tanto confuso. Preciso tirar coisas de dentro de mim. E para não tirá-las de forma violenta, de forma que outros não se sintam bem com isso, transformo o que está dentro de mim em palavras. Mas não precisa me explicar quanto a isso. Ou preciso pra mim. Tudo eu, eu, eu. Às vezes parece que penso demais em mim, às vezes parece que penso em dois. Penso em conjunto. E quero estar bem com ele, estar bem nele. Não sei como fazer isso estando sempre de bem comigo.
Preciso cuidar de mim. Mas sinto imensa necessidade de cuidar do duplo, para que o coletivo esteja sempre em harmonia. Mas não tem como. Não depende só de mim manter este coletivo em harmonia. Antes o outro precisa se cuidar. E eu também! Cuidar de mim! E o complemento do coletivo precisa cuidar de nós. Precisamos ter cuidado duplo. Cuidar de si e cuidar do duplo. Se não, haverá apenas indivíduo sem coletivo, ou coletivo sem indivíduo. É um trabalho difícil. Mas será que há mistério nisso? Para mim, não. Mas é preciso calma da minha parte. Calma. Oxigênio.
Preciso me situar. Me situar em nós, no nosso mundo e, principalmente, em mim, no meu mundo. Para que um não se confunda com o outro. Os mundos distintos, ao mesmo tempo que podem ser berimbolados, precisam estar em esquilíbrio em si para que não haja conflito.
Às vezes sinto que estou levando bem os tudos. E talvez leve mesmo. Mas quando um mundo entra em conflito não com o outro, mas em conflito com si, os dois mundos dão um nó e preferem não mais se berimbolar. A berimbolância, então, torna-se catastrófica e não se apóia mais na outra com leveza. O meu conflito gerado por um desses mundos, acarreta irritações nos outros, desarmonias desagradáveis e é difícil de lhe dar com cada um deles. Tornam-se um bolo só. Um bolo de fezes sarnentas.
Preciso me concentrar. A concentração vai me ajudar a saber me dar melhor com conflito de um dos mundos e, com isso, concentração para cuidar dos outros da melhor forma. Sem berimbolâncias destrutivas.
Eu amo cada um desses mundos. Amo tanto que ficaria sem respirar por uns tempos se abandonar ou se for abandonado por um deles. Esses amores me trazem à vida e eu me sinto lindo. E é uma necessidade tão grande de ser aceito por cada um deles. É um medo de decepcioná-los. Medo tal que me desconcentra e me faz cometer erros que, graças ao universo, ora são perdoáveis. Mas não dá pra ficar cometendo sempre os mesmos erros. É burrice. E esses erros são tão incontroláveis que a minha busca é saber como não cometê-los. Me sinto incapaz quando me deparo sempre com as mesmas mancadas. Mancadas estas que parecem banais e corretas no momento de atuá-las. Mas que depois acarretam indifirença e a tão temida decepção. Aí eu penso, "você não tem jeito mesmo, né?". Que jeito posso ter? Que jeito podem ter comigo? Preciso ser mais tolerante. Aí serão comigo. Aí cometerei menos erros.
Talvez não cometer erros vem da manutenção se outras partes de mim. Tipo a tolerância, a compaixão. Com paixão. Com mais paixão. Mas paixão é o que não falta. Ou falta? Será que sou frio o bastante para não ter compaixão? Insensível demais para não sentir isso? Creio que não seja falta de sentir, mas falta de compreenção. Preciso me compreender para compreender melhor meus mundos e assim viver melhor comigo e com eles aos mesmo tempo, simultaneamente.
E é isso. Preciso deixar um dos mundos em paz um pouco, arrumar alguns cômodos para não causar conflito com outro, dormir para ser eficiente em mais outro mundo e respirar bem fundo para entrar em harmonia com o meu e assim berimbolar de forma serena os meus preciosos mundos.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
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