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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mais um momento de confissão

É tão difícil afirmar alguma coisa! Na realidade, é muito fácil. O ato de afirmar, mesmo tendo dúvidas. Eu tenho muitas dúvidas. Mas há uma necessidade de ser objetivo, decidido. Todos devemos saber o que querer e o que não querer. É muito difícil isso. Passo por momentos de certeza dos meus desejos, e quando quero objetivá-los, realizá-los, verbalizá-los, me sinto duvidoso. Nem sempre sinto haver verdade nas minhas decisões. Parace tudo redundante. Mas chega uma fase da vida em que temos que nos impor. Defender-nos do mundo para melhor viver nele. Viver com dúvidas parace ser algo mal-visto. Creio que eu vejo mal as pessoas indecisas. Não quero me fixar em conceitos. Mas quando escrevemos um material acadêmico acredito ter que ter muita segurança nas palavras. E parece-me que elas não fluem. As palavras, as afirmações, parecem ter o objetivo de atingir uma nota, uma aceitação. Mas, o que eu estou dizendo? Já afirmei querer ser aceito. Como posso ser aceito construindo e me destruindo a todo instante? Começo a não acreditar em mim.
Ao mesmo tempo que quero transitar pelo mundo, quero me focar em algo para atingir excelência. Sinto que posso ser um artista múltiplo, transitando pelas inúmeras linguagens que o mundo me oferece. Outras vezes sinto que essa forma de multi-focos da uma mediocridade, sensasão de material incompleto. Como desistir no meio do caminho. Sem aprofundamento.
Eu quero tudo desse mundo. Mas eu sou apenas um. Será insuficiente ser um querendo tanto? às vezes penso que sou capaz de misturar todos os meus desejos. Outras vezes penso que preciso expandir apenas um dos meus desejos. Porque acho tão bonito os proficionais focados. Como a professora Izavela Brochado, que dedica sua vida à pesquisa e trabalho com teatro de bonecos. Mas pra mim seria muito limitado e aprisionante. Eu me sinto por vezes aprisionado ao teatro, sendo que eu quero também ser um cineasta, um bailarino, interprete de canções, rock star! Será possível ser tudo isso? Talvez sim. Mas será possível ser ótimo nisso tudo? Aí, é querer demais. Mas então, será possível eu ser um excelente encenador, mesmo dedicando parte do meu tempo ao trabalho na linguagem audiovisual e de shows musicais?
talvez não precise sofrer. mas quero deixar clara a minha indignação pela exigência de um foco. Preciso me conhecer, e me conhecer seria experimentar todos os gostos, sem ter que me prender a nenhum deles. Estou preso ao teatro. Eu amo o teatro! Não posso viver sem ele. Não posso viver sem a magia da poesia. Eu gosto de muita coisa.  E acredito que todos gostemos de muita coisa. Não quero deixar de viver prazeres por apenas um prazer escolhido. Pode ser também que este questionamento não me leve a lugar algum. Como muitos de meus qustionamentos. Creio estar fazendo isso porque, neste exato momento, me deparei com uma trava acadêmica. Incapacidade de continuar escrevendo sobre o que quero acreditar apenas para este momento. Preciso apresentar idéias e defendê-las. Elas são apenas para hoje. Para cumprir uma ementa. E acho que a ementa me impessa de acreditar no que digo. Me sinto impuro, racionalmente impuro. Impuro de tanto usar a cabeça. Eu não devia estar fazendo isso. Não devia questionar sobre isso. Eu sei que não vou me corromper pelo trabalho acadêmico. Então, considere isso como "encher a linguiça" do trabalho. Só para completar as oito páginas de forma poética. "Chutei o balde". Mentira. Mentira, porque não vou desistir assim.